Migração Rural–Urbana, Agricultura Familiar e Novas Tecnologias




A queda dos preços dos produtos da agropecuária reflete-se na remuneraçãodos trabalhadores e dos insumos. O salário rural perde competitividade em relação ao urbano, o que estimula o êxodo rural da mão-de-obra. A queda de preços dos insumos reduz a remuneração da agroindústria e por essa porta entra o desemprego urbano. Assim, a política econômica tem que ajudar a agricultura a se ajustar à componente permanente da crise e jamais contribuir para que a componente transitória se instale. Esta última é muito sensível à taxa de juros, a impostos e à taxa de câmbio, e seus efeitos podem ser minimizados ou eliminados pelas exportações e pelas políticas que dão aos mais pobres melhores condições de comprar alimentos.

A queda dos preços reduz o lucro, ou mesmo o elimina, tanto para a agricultura familiar como para a comercial. Grandes e pequenos produtores são afetados. Contudo, para quem tem a área do estabelecimento pequena, a renda familiar cai para um nível incompatível com um bem-estar decente, e a família – se não conseguir superar esse efeito – acaba fechando o negócio e pegando a Apresentação estrada para a cidade. Portanto, são agricultores que abandonaram seu negócio, em busca de alternativas urbanas.

A componente permanente sinaliza para a queda persistente dos preços. A transitória faz os preços oscilarem em torno da tendência, com picos de alta e decréscimos acentuados. A administração da política agrícola deve reduzir as oscilações porque isso é muito importante nas decisões dos agricultores.

Os artigos que compõem Migração Rural–Urbana, Agricultura Familiar e Novas Tecnologias examinam em profundidade essas questões e se inserem no paradigma de oferecer sólidos argumentos e evidências à Política Econômica.

Sílvio Crestana (Diretor-Presidente da Embrapa)
Postado por Marcus Antonio (mmatrix@hotmail.com)

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